Ausente do ecrã, presente na vida - Enquanto não escrevia, carregava o mundo às costas
- Regina Ruivo

- 1 de jul.
- 3 min de leitura
Estive em silêncio.
Meses sem publicar. Sem aparecer. Sem partilhar. E não foi por ter deixado de acreditar neste projeto. Foi porque me envolvi noutro — um projeto grandioso, exigente e transformador: o T2025.
Enquanto organizávamos uma conferência internacional sobre álcool, drogas e segurança rodoviária, vi de perto o impacto que a dedicação, o conhecimento e a ação coletiva podem ter no mundo. Foi intenso. Foi duro. Foi maravilhoso.(E foi também o período em que desenvolvi uma relação emocional com o Excel e me tornei fluente em “logística de última hora”.)
Mas deixou pouco espaço para palavras leves e histórias com humor. E eu, que tenho o riso fácil, dei por mim a atuar apenas nos bastidores mais sérios da vida —com cara de responsável e tudo (ou, vá, quase sempre).
Enquanto não escrevia, carregava o mundo às costas.
Durante esse tempo, a mala emocional foi enchendo:
A culpa por não ter dado notícias.
A sensação de estar a falhar comigo… e com quem me acompanha.
A dúvida: será que ainda há alguém desse lado?
O medo de que o silêncio tivesse feito mossa.
A inquietação de ver outros a criar, enquanto eu só conseguia apagar incêndios (alguns literais, outros metafóricos).A frustração de ter tanto para dizer… mas nenhuma energia para escrever.
A insegurança: será que ainda tenho algo de novo a acrescentar?
E a velha conhecida… a vozinha interior que insiste: “ninguém deu por isso, para quê voltar agora?”
Uma dose generosa de auto-exigência, tamanho XL (sem direito a troca).E a clássica: "Vou só acabar isto e depois já volto ao blogue"( não voltei... a agenda riu-se na minha cara).
Mas eis que um dia…Abro o meu próprio livro. Sim, o Dor com Humor. E lá dentro encontro a minha verdade. A nossa verdade.
Página a página, relembro-me de que este projeto nasceu da dor — mas sempre com a gargalhada pronta a saltar.
Que já arrancou sorrisos em hospitais, esperanças em corredores de diagnóstico e abraços silenciosos em mensagens recebidas às escondidas da madrugada.(Algumas delas começavam com “Não sou de comentar, mas…” — e terminavam comigo de lágrima no canto do olho.)
E então percebo: não estive ausente.
Estive a viver.
Estive a crescer.
Estive a construir.(E estive também a tentar dormir 8 horas por noite, sem sucesso.)
Hoje volto, mais inteira. Com um projeto grandioso no currículo… e outro no coração. Com a certeza de que o mundo precisa, sim, de ações sérias —mas também de quem saiba rir com coragem, com intenção, com amor.
Se estás desse lado e ainda te lembras de mim: obrigada.
Se chegaste agora: senta-te, há espaço — e há bolachas. E se estás a precisar de um empurrão, de uma gargalhada ou de um lembrete de que tudo passa(até o cansaço de “dar o litro” todos os dias)...
Então este livro é para ti.
Este blogue é para ti.
Este regresso é para nós.
Voltei.
Porque rir, mesmo depois da dor… continua a ser o meu superpoder.
(E, sinceramente, é mais barato que terapia e não engorda.)
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(Às vezes com gargalhadas, outras com confissões — mas sempre com o coração.)

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