Amor, Advogados e Akitas: Como Rir das Lições que o Coração nos Ensina

"A porta da igreja, um advogado e uma Akita: Como sobrevivi ao amor (e à minha própria teimosia)"

Ah, o amor. Aquele sentimento que nos faz suspirar, sonhar acordadas e... ignorar completamente o advogado que, por acaso, também é o teu pai.

Era um dia bonito: céu azul, flores no lugar certo, vestido perfeito, e lá estava eu, de frente para a porta da igreja no meu primeiro casamento. E quem é que estava ali, firme e decidido, a bloquear a entrada? O meu pai. Sim, ele, o homem que já tinha visto de tudo na vida, incluindo previsões amorosas desastrosas.

“Filha, não te cases com esse homem”, disse ele com a segurança de quem conhece tanto a lei quanto o coração. "Ele vai-te fazer sofrer. Ainda dá tempo de anularmos isto, sou advogado."

E eu, dona da razão, confiante como quem vai comprar um bilhete de lotaria já sabendo que não vai ganhar, disse: “Pai, vai dar tudo certo. Confia.”

Bem, digamos que tudo certo não foi exatamente como as coisas desenrolaram. Sete anos de casamento, sete anos de violência doméstica. Sete. Pior que os anos de azar de um espelho partido! (Que, aliás, provavelmente parti ao ignorar o aviso do meu pai). Mas, como dizem, o tempo cura todas as feridas, ou pelo menos dá uma boa atenuada, especialmente quando decidimos não continuar a colecioná-las.

Após esse capítulo da minha vida, segui o meu caminho, sozinha por cinco anos. E, acreditem, durante esses cinco anos, até o meu GPS parecia mais perdido do que eu. Mas então, num dia em que eu já estava feliz na minha própria companhia (e de várias taças de vinho), encontrei o amor da minha vida. E a vida, que antes parecia um filme dramático, de repente virou uma comédia romântica, com direito a cachorra fofa e mudanças de país.

Hoje, oito anos felizes depois, olho para trás com um sorriso. Quando casei pela segunda vez, o meu pai estava lá de novo, mas desta vez com um sorriso tão largo que quase lhe rasgava a cara. E a melhor parte? A nossa querida Kitana, uma Akita branca, linda e cheia de classe, fez questão de participar também. Lá fomos nós, pai, filha e cão, todos a sorrir. Ele já não tinha aquele discurso de “não te cases”, mas quem sabe se ele tinha algo na manga, tipo um contrato pré-nupcial invisível!

E a cereja no topo do bolo? Não só encontrei o amor, mas também mudei de país! Agora, vivo em Portugal e ajudo outras mulheres que passaram por situações difíceis. Se há uns anos me dissessem que eu, depois de tudo, estaria a recomeçar num lugar lindo como Portugal, rodeada de amor e ajudando outras mulheres... bom, talvez até eu diria ao meu pai para confiar um bocadinho mais. Afinal, a vida tem uma maneira engraçada de nos surpreender, não tem?

E a moral da história? Às vezes, ignorar o advogado à porta da igreja dá em lágrimas, mas com paciência, amor (e uma Akita fofa), a gente aprende a sorrir outra vez.

Um dia memorável

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